terça-feira, 30 de março de 2010

Mancadas da Marvel, será que isso um dia acaba?


Mutantes em época de escola, Tropa Deadpool, Wolverine bonzinho, Colossus gay...


Isso cansa né?


Pois é, vira-latas nojentos, cada vez mais a Marvel faz mais e mais cagadas em cima das historias que estavam boas.


Bom, vamos estabelecer uma ordem baseada no que citei ali em cima.


Li há alguns dias no MdM que estava para lançar uma HQ dos X-men com mais ou menos 16 anos no colegial.


Espera aí, a Marvel está disposta a MATAR a cronologia e a historia original da série SÓ para criar uma versão ridícula para adolescentes?


Já não bastava destruir a série lançando o desenho terrível "X-Men Evolution"?


Com certeza a história mais massacrada de todos os tempos foi a dos X-Men, vamos a um rápido flashback.


Bom, começando pela criação de MUITOS mutunas que apareciam e sumiam em questão de dois ou três quadrinhos. Okay, é sempre bom renovar o elenco, mas criar desesperadamente mutantes só para aumentar o número de histórias não é massacrar uma série a toa?


Depois, foi o afrouxamento do Wolverine, o cara que era todo ferradão, assassino nato, um cara sem nenhum senso de bons modos, vira e mexe aparece ali na mansão podando as plantinhas, dando lição de moral nas crianças, enfim, um bom e velho tiozinho-gente-boa-americano, lembrando que o cara está sendo mais explorado do que o Pica-pau na Record.



Titio Logan tomando uma branquinha após dia cansativo de trabalhos na Fazendinha X.


Isso sem mencionar a franquia dos X-Men no cinema! O coitado do Wolverine que era um baixinho peludo e emburrado foi interpretado por ninguém mais, ninguém menos que Hugh Jackman, um australiano gigante de 190 cm, que fisicamente não tem NADA a ver com o original Wolverine, isso entre outras babaquices me fizeram pegar nojo da franquia. Mas mesmo assim me empolguei ao saber que Gambit e Deadpool estariam no X-Men Origins, e fui assistir no cinema o filme com uma grande expectativa, chego lá e me deparo com uma cena descente do Gambit, e o Deadpool faz umas duas piadinhas no filme e depois se torna um zumbi mesclado com todos poderes dos X-Men. Cara, o que o filme tem a ver com as historias originais? NADA! Eles mataram pela centésima vez a história.




Marcos Pasquim tem mais naipe pra Wolverine que o próprio Hugh Jackman.


E voltando ao universo impresso, eles lançaram a sequência renovada dos X-Men, o X-Men Ultimate, eu li uns 30 HQ's, achei muito bom mesmo, sem muitos detalhes para comentar, colocaram o Wolverine mala e assassino de volta e isso me animou bastante, o Ciclope sempre metido a lider-de-equipe-mala-bagarai, mas ele sempre foi assim, então eu aprovo, já que essa é a personalidade dele. O que não gostei na série é que algumas coisas eles tentaram "atualizar" e fizeram um mal do caramba, como por exemplo, o Colossus Gay,é isso mesmo que vocês leram, o Colossus é gay, mas ele não é gay tipo o Shun (Cavaleiros do Zodíaco), que dava entender que era um gay enrustido, o Colossus REALMENTE é gay, ele inclusive demonstra uma "admiração" pelo Anjo O_o". Sabem, eu não sou contra incluírem um X-Men gay, muito pelo contrario, acho de certa forma interessante, porque dá para explorar mais um nicho de pessoas, já que o intuito dos X-Men é isso mesmo, Mutantes de vários países e de várias raças em um lugar só para combater o preconceito da humanidade, mas isto não muda o fato de que ESTRAGARAM o personagem, só para dizerem que não eram "homofóbicos".



Colossus ao som de YMCA - Village People


E para torcer a faca no peito da história eles lançam uma série de quadrinhos que mostra os mutunas em época de High-School, pqp, isso é de matar! a Tempestade, que é uma mutante que tomou uma surra para controlar seu poder, do nada se torna uma mutante adolescente, fora o aclamado Wolverine, que é um ex-soldado de guerra que lutou na primeira guerra mundial ao lado do Capitão América e que fez todo aquele processo da Arma-x para se tornar quem é, e agora também do nada o cara tem uns 15 anos, igual todo mundo, e é isso aí, tá todo mundo feliz indo pra escola com aquela historinha otária "salvar o mundo e fazer o dever de casa" de sempre.



Peguei do orkut do Ciclope, tava escrito: "Eu e meus miguxos combatendo o mal, antes das 20:00, claro"


E saindo um pouco, mas não muito dos X-Men, vamos para o Deadpool. Quem me conhece sabe o carinho que eu tenho por esse personagem, já que a veia cômica dele é a mais apurada da Marvel. Eu sempre aceitei tudo o que colocaram com o Deadpool, a maçaroca que sempre fizeram com ele eu até achei interessante, mas como tudo na vida, isso tem limites!


A nova saga do mercenário tagarela é realmente uma piada ao humor negro das historias originais, "Tropa Deadpool" é uma das minhas maiores decepções com a Marvel, deixou o Liefeld trabalhar nela, e como se não bastasse o ilustrador terrível, criaram uns companheiros escrotos pro Deadpool que cujos nomes são totalmente auto-explicativos "Headpool, Kidpool, Cãopool e Garota Deadpool" preciso explicar o que cada um é ou o que cada um faz?


Família Pool, Não são fofix?? (L)



Com certeza, nenhuma mancada é tão grande quanto o X-Campus, mas eu não desprezo nenhuma delas.


Bom, vou acabar por aqui, senão fico até amanhã escrevendo sobre as milhões de mancadas da nossa querida Marvel!


Nós precisaremos de SORTE se quisermos continuar acompanhando o trabalho da Marvel.

segunda-feira, 29 de março de 2010

Hominem te Memento

Bons tempos aqueles do Freakazoid... Não, esta legenda não tem nada que ver com a foto, como você já percebeu...


O que se gosta de fazer não enjoa. Não me recordo de um provérbio que mencione exatamente isso, mas não é complicado achar exemplos dessa idéia na prática. É, aliás, quase uma ofensa ao intelecto tentar explicar isso a uma pessoa (como boa parte das formidáveis frases de fundo de garagem inventadas anteontem por dois bêbados que esses chineses malandros nos fazem engolir sob o rótulo de “provérbios milenares”). Não é óbvio o suficiente que se você gosta de algo, não se cansa de fazê-lo?

Era óbvio para mim até 2007. Veja: vídeo games acompanham minha estrada desde o começo. Não é algo que se possa colocar em um curriculum vitae, nem nada que fosse me garantir um posto de destaque na sociedade, mas é algo que nerds tendem a usar como trunfo para se gabar, por mais que estatisticamente 95% deles já tenham nascido perdendo uma vida para um magikoppa, e que isso não sirva para nada, já que as chances de ser ownado pelos 5% restantes não variam. Digo isto em parte por ser meu primeiro post neste blog, como uma apresentação implícita (dessas forçadas, como entre dois personagens amigos de infância que, no começo de um jogo, dizem um para o outro: “Ahw... bom dia, ZEQUINHA DA SILVA, MEU AMIGO DE INFÂNCIA E PESSOA EM QUEM POSSO CONFIAR MINHA VIDA. APESAR DE INTROVERTIDO, POSSUI UM CORAÇÃO DE OURO E UMA DISPOSIÇÃO PARA FAZER O BEM! Você ouviu rugidos vindos da perigosa floresta que tem nos fundos de casa, infestada de abelhas gigantes que misteriosamente nunca saem de lá para atacar nossa pobre vila de 3 casas e um shop?) Mas, principalmente, faço esta apresentação nada breve para iniciar meu tópico do dia (sim, ainda está no começo. Vai apertando o X pra chegar logo nos finalmentes se quiser).

2007. 17 anos de vídeo game (bom... teoricamente eu nem sabia direito o que era isso antes dos 2 anos, mas já coloco 17 anos para enfatizar o tempo). Ocorreu-me algo curioso quando apanhei Zelda Twilight Princess para jogar: não fiquei particularmente atraído. Apesar das críticas (que nem críticas eram, mas propagandas) que o jogo recebera. Apesar das notas 10 nas revistas especializadas em nintendo, com direito a troféus de platina feitos na realidade de tinta azul e branca. Apesar do contracenso em se haver um Zelda que não fosse simplesmente... Zelda. Antes, já vinham alguns jogos respeitáveis, como Mario Party e Dragon Quest, me incomodando. Não que fossem ruins (seria um sacrilégio pensar assim). Mas, de algum modo, não eram como antes. Ou, antes, eram sim. Eram exatamente como antes. Então, por que já não me impactavam?


Com o novo Juicer da Philips Walita você mói carnes, rala queijos, fatia batatas, tritura verduras e... sobe em paredes?!


Essa dúvida começou a me incomodar desde tal época. Com Super Mario Galaxy, tive a certeza: o problema era comigo. Se me diverti, decerto que sim. Mas nem de perto como com SM World, ou SM64, ou SM Sunshine. SMG era um jogo indiscutivelmente bom, mas não do modo como eu esperava. Durante todos esses tempos, oscilei entre culpar à baixa dificuldade dos jogos e a algum não bem explicável estado de recaída nérdica. Ao risco de tornar isto uma confissão, nunca deixei de me interessar por games. A ponto de sacrificar minha visão por dias diante das paisagens indiscritíveis de Okami, ou xingando hunts em Final Fantasy XII, que, mesmo com a party no nível 99 e equipamentos excelentes, arruinavam meus guerreiros másculos e viris + Vaan. Como todo nerd há de compreender. Ainda assim, me sentia mal por não ser capaz de pular em um pé só feito um flamingo dopado frente jogos como Resident Evil 5, Gran Turismo 4, Call of Duty Modern Warfare e etc. tal como quando jogava suas versões anteriores de Playstation e afins. Eu, que nunca me apeguei particularmente a saudosismos, que pulei de alegria quando vi os primeiros gráficos de Zelda Wind Waker enquanto muitos dobravam os narizes, e que nunca tive pretensões de fechar Zero Wing em japonês só porque a versão em inglês é um jogo de comédia histórico (e só o fiz porque me foi dada a chance por uma namorada minha chamada internet).

Preto, Branco e Vermelho

Cortando uma longa história (e um post que já está igualmente longo), crescia meu medo de estarem concretizando-se previsões hereges, de que eu estaria “amadurecendo e deixando coisas de criança de lado”, dessas ouvidas por todos os bravos que dedicam uma vida (ou duas, ou dez, ou quantas forem precisas) a salvar princesas e repelir alienígenas. Algo como uma crise da meia-idade, voltada justo a algo que me é tão caro: jogar vídeo game. Talvez provocada por um cansaço de estar fazendo aquilo a tanto tempo.

Essa foi precisamente a resposta que eu encontrei. Eu estava fazendo a mesma coisa havia tempo demais. Mas a “coisa” a que me refiro não era jogar vídeo game. Era salvar a princesa. Confuso? Eu explico. Não eram todos os jogos que me davam ânsia. Para ser mais exato, games como Baten Kaitos, Time Hollow e outros onde o que mais me chamava a atenção era a história criativa nunca saíram da minha lista de favoritos. Tampouco games onde o foco era o grau de inovação, em plot ou em qualquer outro detalhe, como No More Heroes, Little Big Planet, Shadow of the Colossus, Bioshock, Heavy Rain, Siren, God of War, Mirror's Edge, Beyond Good and Evil e tantos mais, para citar apenas uns poucos exemplos recentes (e uns nem tão recentes assim...). Jogos multiplayer também costumavam não me cansar rápido, já que sempre algo novo ocorria. Eram apenas alguns jogos que geravam aquela sensação de fastio, por vezes até mesmo de estar perdendo tempo. Jogos muito bons, por sinal, e quase sempre renomados.

Jade é um exemplo de que jornalistas podem dar certo na carreira em que escolheram: cobrindo invasões de aliens e assaltos de dragões, ficou renomada no mercado. Pena que seu sonho era ser jornalista esportivo...


Pois um dia, estava eu pensando em jornais. Sim, um desses pensamentos aleatórios, absolutamente sem conexão com vídeo games. (a razão: estudo jornalismo). Estava pensando por que o modelo dos jornais mais antigos e conceituados me apetecia tão pouco. Não adiantava a Folha mudar sua diagramação, o Estadão aparecer com cavalinhos sob o nome da gazeta e vir dizendo que foi a maior revolução desde que “Graham Bell inventou a imprensa” (sim, eu já tive de escutar isso uma vez de uma fonte que prefiro deixar no anonimato). A impressão era a mesma de estar lendo um exemplar do The New York Times da época dos gangsters. Algo me incomodava com aquilo que meus professores chamam de “identidade do jornal”. Eu entendo que se de um dia para o outro o logo do Le Monde aparecesse de pé na direita da capa e com uma foto de página cheia holográfica que nem as que vinham nos Tazos especiais dos Looney Tunes nos idos de sei lá que ano, isso assustaria seu leitor. Mas eu me perguntava até que ponto isso os afugentaria e arremessaria o veículo no caos como boa parte dos jornalistas da linha dura e parte dos da sorbonne bradam aos quatro ventos. Quer dizer, jornais impressos já não estão perdendo leitores ano após ano? Isso não prova que há algo errado? Colocar um cavalinho debaixo do logo do Estadão e melhorar discretamente o feng shui da disposição das notícias na página vai fazer o leitor olhar para o jornal e dizer “Ah, espere aí! Agora tem um cavalinho aí! Ah, isso faz toda a diferença. Vou levar dois, um pra mim além do pro cachorro como é de praxe”. Não, sério? Se as pessoas já enjoaram do modo como os jornais são apresentados mais ou menos do mesmo modo desde que eram trazidos nas caravelas para a corte portuguesa no Brasil, preto no branco e vermelho para os destaques, talvez não seja o caso de essas modificações se preocuparem um pouco menos em “manter a identidade” do jornal e um pouco mais em reobter os leitores que o deixaram? Revistas novas de games também vinham desbancando algumas outras, mais velhas e mais conhecidas. Isso sim era o caos.

Preto e branco, dita a mistura de cores que melhor evoca o passado. Filmes em preto e branco, páginas de jornais em preto e branco. Um dia, contudo, algo me atingiu como um pneu me imobilizando, seguido de uma adaga, uma motosserra, um poste me empalando, um segundo corpo empalado no poste e um trem coberto de espinhos em alta velocidade. Tudo isso em preto e branco. E vermelho.


E há quem dizia que a ROTA fazia um bom trabalho limpando as ruas da cidade...


Mad World me fez recordar aquele pensamento sobre jornais renomados. Mais que isso, me fez recordar como era doce ganhar pontos às custas da vida de inimigos. Um jogo em preto e branco foi a coisa mais revolucionária que eu me lembrava em termos gráficos desde Okami (sim, há muitos jogos bonitos nesse ínterim, mas nada chocante como um jogo em PB apenas com sangue em vermelho). E me fez recordar a questão de meu aparente enjoo com games como Guitar Hero um ziblhão (que já está ultrapassado, porque já foram lançados 13 Guitar Heroes novos desde ontem), Zelda Twilight Princess (que apesar de possuir a alteração como lobo, sem dúvida o ponto alto do jogo e comparável em diversão a pilotar o barco de Wind Waker pela primeira vez, consegue imitar tão bem a sensação de se jogar Ocarina of Time no resto do tempo que se torna um grande Déjà Vu), Super Mario Galaxy (fantástico nos momentos em que a gravidade o faz andar de ponta cabeça em planetóides, mas nem tão inspirado nas fases mais tradicionais), Halo 3 (“cara, eu já não tinha te matado no jogo anterior. E no antes dele também? Ah, bem, aqui vai mais plasma derretido então...”), Tony Hawk Qualquer Um Depois de American Wasteland (Ollie, kickflip, manual, The 900, fechou), etc.

Como eu disse, nenhum jogo ruim, muito pelo contrário. Difíceis de serem criticados, exceto por um quesito: inovação. Convenhamos que brincar com a gravidade e virar lobo são coisas animais, que valem o jogo por si sós. Mas a sensação de que você já viu todo o resto começa a perturbar. Do mesmo modo que o Estadão está muito, mas muito longe de ser um jornal ruim. Não se pode criticar o conteúdo daquilo que já se tem tanta tradição, tanto do jornal quanto dos jogos citados, para merecer tantas continuações. Se Final Fantasy tem 13 jogos apenas na série principal, há algum motivo. Porque as pessoas gostam. O mesmo com Mario e Zelda, Guitar Hero e todos os supracitados. Eles têm tradição.

Mas Mad World me fez repensar sobre essa tradição. Twilight Princess me pareceu um largo passo adiante (com o lobo) e uma série de passos atrás do que havia sido construído com Wind Waker. Na esperança de remeter a Ocarina of Time, a Nintendo manteve os clichês que todo fã de Zelda espera ver na série, dos personagens à trama e à trilha sonora. Mas, afora o Link-Lobo e Twilight, muito citada mas nem tanto visitada quanto se gostaria, onde estiveram as surpresas? Pescaria, cavalo, Ganondorf, arco e flecha, Templo da Água e do Fogo... Esses elementos caracterizam Zelda como a diagramação caracteriza o Estado de S. Paulo. Mas mantê-los todos é mesmo necessário? Em Wind Waker não havia Epona, nem fadinha, nem “gráficos de Zelda”... droga, quase nem havia Hyrule! E era um Zelda, e dos bons! Majora’s Mask também não tinha Hyrule, nem o sentido habitual de “posso ficar vagabundeando a esmo pelo tempo que eu quiser”, nem Ganondorf, nem Master Sword, nem Zelda (bom... até tinha... mas... ah...), com Link-Zora e Link-Goron e Link-Arbusto-Rodopiante. E era um tremendo de um Zelda. O que define a série talvez seja o modo como consegue ligar por meio de um personagem em comum tantas novidades. É o mesmo com tudo o que é tradicional: deve evoluir, se modificar constantemente, para não se tornar “mais do mesmo” e deixar de existir. Verdade seja dita, Twilight Princess chega a ser bem revolucionário em alguns pontos. Mas ao lado de tantos jogos absurdamente inventivos, na época em que o Wii estava em seu início, acabou se parecendo mais “padrão” do que deveria. O mesmo para todas as seqüências, que precisam zelar pelo estilo da série sem se repetirem (coisa que eventualmente acaba acontecendo).

Isso, reclama mesmo da vertigem que você sentia jogando Ico. Vai, reclama!


Qual a solução disso? Parar de produzir o Estadão e abandonar Mario e Zelda? Não, definitivamente. Muitos hão de discordar, mas para mim a solução é arriscar mais. Sim, claro que, por exemplo, Final Fantasy XII foi um passo adiante na série em vários aspectos, mas tinha potencial para ter ido muito mais além. Como, digamos, tendo colocado Basch, o capitão maduro, no lugar principal da história, como foi até um terço da produção do jogo, em vez de Vaan, órfão de coletinho duvidoso e personalidade forte como um Moggle em estado vegetativo coberto de debuffs. A opção por não se desvincular demais do protótipo de Main Char rostinho bonito da série, nesse caso, não chegou a causar um problema, porque o sistema de batalhas diferente, o mundo e outros aspectos compensaram os tradicionalismos da Square Enix com relação à trama. Mas há desgastes que já se tornam aparentes nas fórmulas de séries mais clássicas e mesmo de gêneros, alguns enveredando por tantos lugares-comuns e games genéricos que causam ânsia de vômito (*cough* 95% dos FPS *cough*).

Não, isso não se trata de “síndrome do Veterano”, que já está cansado de tanto ver guerra. É mais como uma constatação: nada é eterno (outro “provérbio milenar chinês” estrategicamente posicionado). Quem não oferece novidades, termina. É o que se vê com o desespero da Sony em copiar o Wii-mote (mas conquanto gere jogos divertidos, não reclamo), e com o Project Natal da Microsoft. Podemos – e devemos – esperar uma constante renovação das séries, para que possam oferecer sempre novidades de fazer frente com os criativos jogos novos que surgem, e que também viram franquias, e que também devem procurar evoluir para enfrentar a nova concorrência, e assim por diante. Que Hyrule entre agora na Era Industrial (como havia rumores anteriores à Twilight Princess) ou na espacial, e que Ivalice seja engolida pela Twilight, e que Mad World 2 encontre alguma forma de manter seu brilho monocolor. Mais do que tradições, gamers (e não “istas”, de nintendistas, sonistas, microsofistas e puristas. Digo gamers de verdade, que gostem de games, não de marcas) buscam novas formas de se surpreender. E a quebra de paradigmas é uma surpresa por si só. Exemplos de franquias que um dia foram consideradas eternas e que hoje estão capengando, como Sonic e Mortal Kombat, é um exemplo de que as areias do tempo não poupa os que ficam parados. E falando em areias do tempo, Prince of Pérsia é um raro exemplo de uma série que, nos últimos tempos, buscou se reconstruir. E ninguém reclamou. Pelo contrário. Até que ponto cada série pode ir sem perder sua “identidade” é discutível, e que tais mudanças devem ser feitas com competência, ninguém duvida – Sonic muito menos. Clássicos são sempre clássicos, mas águas passadas não movem moinhos (hoje eu estou mais “provérbico” que de costume...).

E se há novas séries dando novas experiências aos jogadores, não adianta as velhas ficarem insistindo no que já é certo e seguro. As empresas de games teriam bastante a aprender com o declínio dos jornais impressos. Uma série que perde sua identidade normalmente tem outras chances para reconquistá-la (Sonic, novamente ele, tem dez chances ao ano e desperdiça todas, mas ninguém deixa de acreditar que um dia ele há de se emendar. Bem... quase ninguém). O único erro imperdoável nos games é o da insistência no que não dá resultados. Não poucas séries, de diferentes gêneros, perderam muito espaço por bater nas mesmas teclas gastas, de Driver a Kirby, e outras começam a dar sinais de desgaste de fórmula, como Need for Speed e Pokémon. Sem querer ser chato, mas não há fórmula que resista para sempre a tantas continuações tão parecidas. A Nintendo já percebeu isso, e está lançando variações, de Pokémon Rancher às de mystery dungeon e além. O que é um bom sinal, pois mostra que a companhia está atenta. Infelizmente, o adjetivo "bom" não pode ser aplicado com tanta facilidade aos produtos alternativos (vai, para sermos justos: para o público-alvo dos mystery dungeon de Pokémon, o jogo chega a ser bem divertido, apesar de repetitivo. Mas quem disse que a série Pokémon não é repetitiva, capture uns bichos, ganhe uma insígnia, bata nuns caras, capture mais bichos... e gostamos dela do mesmo jeito). Se isso vai, a longo prazo, conseguir manter a franquia, porém, só pagando pra ver.

1,2,3...POOF. Seu rato cabeçudo roxo morreu por falta de atendimento na fila do SUS.

Sabe de uma coisa? Essa resposta me fez sentir bem. Perceber que não é um jogo que tingirá uma série para sempre (contanto que os erros não se repitam, óbvio). Quisera que os desenvolvedores percebessem isso também, e arriscassem um tanto mais em suas obras. Nem tanto para ver o circo pegar fogo, mas porque de ports e genéricos lançados ano após ano a indústria está cheia. É uma grata surpresa encontrar um jogo de uma franquia que você pensa já saber o que esperar lhe fazendo pensar "nossa, eu não previ isso" ao ligar o console. Não descaracterizando o jogo, isso poderia ocorrer com mais frequência. Este é o desafio das franquias a cada novo game, e um cujos resultados até agora são, ao meu ver, ainda são tímidos na maior parte do tempo. Se há o medo de esculhambar a imagem da série principal, faça os testes em outras paralelas de "menor atenção", como vem fazendo Mega Man com suas sequências: Mega Man 9 e 10.

Ah, sobre o título deste post. Para quem ficou curioso, hominem te memento é uma expressão em (adivinhe!) latim, que significa “lembre-se que você é mortal” (ao pé da letra, significa “lembre-se que é humano”, mas a relação é óbvia). Nada que a Wikipedia já não possa ter lhe dito antes, mas interessante mesmo assim. E remete ao que eu disse sobre séries que já foram tidas por eternas irem envelhecendo e, eventualmente, perdendo espaço. Morrendo. Como eu (acho que) disse (em algum lugar por aí no texto. CTRL+F e depois me diga onde está): nada é eterno. Só de pensar nisso... Nintendo, p***a, me deixa controlar logo o Ganondorf em um dos jogos principais da franquia antes que... não, nada. Antes que nada. Nada...

Falou.

Colheita Feliz

"A gente devia criar uma Colheita pra ela"


Essa imagem causa em mim diversos sentimentos. Estranheza, dor e quase uma espécie de vergonha. Pra mim, a Colheita Feliz é como uma faca bem afiada. Crava e sai da carne com muita facilidade. Eu compreendo muita coisa sobre esse maldito jogo, mais até do que gostaria, mas isso não tira dele o teor de tolice do qual não consigo me livrar. Acho que dá pra dissertar um pouquinho sobre esses pontos que me causam estranheza.

Primeiro: é uma cópia de jogos do Facebook, como o Farmville.

Tudo bem, nada se cria, tudo se copia, talvez o Farmville seja uma cópia de Harvest Moon, talvez Harvest Moon seja a cópia de um livro escrito nos anos 30 sobre um molequinho que ganhava sua própria fazendo e tinha que achar sua esposa, que seja. Não importa qual a chain quest que transformou Colheita Feliz no que é hoje, o que importa é o motivo que levou um app que é tão semelhante (e piorado) que outros fazer tão mais sucesso. É isso que me causa o sentimento de incompreensão.

Segundo: é ruim.

Não tem boa jogabilidade, não tem uma boa interface, não tem objetivos, não é efetivamente bonito, não é um jogo de qualidade. Não é nem de graça! Sem as malditas moedas verdes você fica ainda mais limitado! A simplicidade excessiva e o fato de ser integrado a uma rede social que foi dominada por brasileiros realmente é motivo suficiente pra fazer com que essa praga seja do tamanho que é?!

Terceiro: está. em. todo. lugar.

Acordei hoje cedo e fui buscar um computador na assistência pra devolver aqui pro trabalho. Ele fica colocado na mesa da secretária, que é a minha vó. Enquanto eu ligava, minha mãe disse: "Agora a gente pode criar uma colheita pra ela!"

Prometo uma dedicatória no meu próximo post pra quem adivinhar os dois absurdos do parágrafo acima!

Quarto: existem coisas melhores. Por todo o lado.


Kongregate, Newgrounds, Miniclip, Armor Games, meu deus, até o Adult Swim! Twitchy Unicorn Game é melhor! Por que ninguém consegue enxergar?! Friv, GamePrison e mais uma tonelada de sites por aí distribuem jogos em flash muito melhores sem o menor esforço! Mais uma vez, me abisma o fato de que a simplicidade e a integração ao Orkut possam mover tão grande legião de fãs.

Eu poderia enumerar mais alguns, mas de repente isso ía exigir mais tempo, planejamento e pesquisa do que eu poderia dispensar, mas isso não muda o sentimento que me causa. A única coisa que me consola, no final das contas, é que como eu disse, é como uma faca bem afiada. Tão fácil quanto entra na carne, vai sair. Não vai sequer deixar cicatrizes!

A única paz de espírito que eu tenho é a idéia de que a Colheita Feliz não ficará marcada na história da internet ou da humanidade. Espero, daqui a 15 anos, que isso esteja acabado e ninguém lembre, com saudosismo, da Colheita Feliz. Espero mesmo.

Agora, se me derem licença, o server tá off e eu vou colher minha plantação de nabos.

sexta-feira, 26 de março de 2010

The Guild, você já viveu algo parecido



Fiquei um tempo pensando sobre o que falar para a minha estreia aqui. E a faculdade me deixa maníaca para caçar ganchos para que eu possa escrever sobre... QUALQUER COISA. E aí, lurkando na net, eu encontrei um
vídeo antigo, famoso e bem NERD, relacionando também com o post do Keitava sobre essa relação viciante em MMORPGs.


Ok, e cadê o gancho?



Bem, esse vídeo é apenas um clipe do seriado gamer da web
The Guild. A série, criada em 2007, teve grande repercussão internacional, ganhando diversos prêmios de melhor série virtual. Agora, com a ilustração de Jim Rugg, lança a versão em quadrinhos das aventuras desse divertido grupo. O enfoque será como a personagem conheceu os Cavaleiros do Bem, mesclando cenas ingame com o cotidiano.

É um must see para qualquer gamer!

Vamos ao plot

A história é sobre Cyd, uma garota tímida que atende pelo nick Codex em sua guild igualmente nerd. Zaboo, um warlock stalker; Vork, o líder “Bazinga”. Tinkerballa, uma ranger mau humorada que manipula os outros por itens; Bladezz, um rogue que faz o típico jogador malandro metido a troll; e Clara, uma mage gnoma que tem três filhos, mas seria um alvo preferencial do Conselho Tutelar.


A equipe é extremamente cativante e fica difícil escolher seu favorito, já que todos ganham brilho próprio a cada episódio e você sem dúvidas pode se identificar com um traço de personalidade de cada um.


Juntos, eles enfrentam grandes dilemas, como o que fazer quando o servidor está off, a fascinação de Zaboo por Codex, o que fazer quando o vizinho coloca a senha no Wi-fi, o maldito telefone que toca na raid, e entre outras situações misturadas de forma inteligente com momentos do cotidiano.


A websérie foi criada pela atriz Felicia Day - que interpreta a protagonista e fez algumas participações em seriados (ela apareceu em House!). Atualmente, ela possui uma Priest lvl 80 no World of Warcraft - universo onde, aliás, o MMO do grupo é habituado, embora não de forma explícita por questões de copyrights.


Os episódios têm em média 5 minutos, e cada temporada possui cerca de 10 episódios, tendo atingido a terceira temporada no final do ano passado.

Bladezz, Tinkerbella, Zaboo, Codex, Clara e Vork

Mais informações, assim como a encomenda de DVDS, você consegue pelo site oficial: watchtheguild.com. Todos os episódios estão em inglês, mas possuem legenda em português.

quinta-feira, 25 de março de 2010

Rendição



Ótimo, eu me rendo. Me rendo completamente, fui vencido e não tem mais volta. Me tornei um escravo de fatídicos $15,00 mensais. Minha vida oficialmente resume-se a trabalhar para sustentar um vício. Tornei-me o estereótipo do nerd que se vê em seriados como “The Big Bang Theory”. Minha vida social agora se resume a raids aos finais de semana e uppar meus chars alternativos durante os intervalos entre aula e trabalho durante a semana.

Alguns de vocês já devem ter deduzido de que estou falando, afinal, o sistema de raids é quase uma singularidade do World of Warcraft. No mínimo, foi o primeiro jogo que o introduziu efetivamente nas mecânicas de jogos online. Não posso afirmar com a autoridade que gostaria, mas se World of Warcraft não foi quem introduziu esse esquema, foi quem fez o negócio ficar conhecido. Ragnarok copiou depois, mas sequer sei se já foi implementado.

O ponto inicial e importante, porém, é que me rendi ao World of Warcraft e estou pagando um servidor oficial. Sim, estou fazendo algo que, anos atrás, crucifiquei pessoas que faziam. Bradei aos quatro ventos que somente um louco podia pagar 15 doletas por mês pra jogar um jogo online. E digo mais: Estou fazendo isso sob condições menos favoráveis. Nos anos em que bradava isso, eu podia jogar horas à fio, se quisesse. Hoje, se tenho duas horas por dia, me considero sortudo. Os fins de semana são meu refugo. Por 15 doletas mensais, lembro-os.

Desde o primeiro momento que meu bolso sentiu o tranco, porém (melhor, ele não sentiu. O cartão de crédito veio para me salvar), eu percebi que valia a pena. Dez dias de Trial, mais trinta da serial do primeiro jogo, de graça. Ainda não comprei meu primeiro game card, mas sei que será inevitável. Vou comprá-lo daqui a um mês, mais ou menos. E se for calcular, um mês tem 30 dias e mais ou menos 720 horas. Meu char principal diz que dediquei a ele pouco mais de um dia e meio. Já se passaram o que? 12? Sei lá, acho que ainda está bom.

E voltando mais uma vez ao ponto inicial, eu não me arrependo. Sinceramente, não me arrependo nem um pouco. Ao menos, não ainda. Talvez, daqui há 3 anos, com 42kg a mais, sofrendo de tendinite severa nos dois braços, depois de abandonar a faculdade e recorrer a venda de gold no servidor para sustenta meu próprio jogo, eu venha a concluir que não é um vício saudável e acabe em uma das clínicas de reabilitação para viciados em internet, as quais tenho certeza que existirão dentro de alguns anos. Talvez eu até documente minha própria triste história e as transmita para as novas gerações, que, certamente, não ouvirão o que eu tenho a dizer, mas ainda assim, vou desabafar.

Até lá, estimando que eu durma durante 6 horas do dia (minha média), trabalhe por 8, e assista 4 horas de aula, tenho seis horas disponíveis no meu dia. Se dessas seis, conseguir jogar duas em cada dia da semana (estimativa altamente incorreta, eu sei, mas é só pra efeito poético), terei aproximadamente 2190 horas de jogo. No futuro, talvez eu me arrependa desse emprego de tempo dedicado a ‘apenas um jogo’, como muitos dizem, mas a minha convicção me diz que jamais vou me arrepender, e mais: Daqui a três anos não vou ter nenhum problema com isso, e continuarei com meu jogo.

Minha convicção me diz que esse vício é pior do que qualquer droga. Que não tem solução MESMO, porque quando não for World of Warcraft, será algum simulador de realidade virtual, absolutamente mais interessante do que a vida real, em muitos aspectos, inclusive.

E sabe o que é o melhor de todas essas convicções? Eu não dou a mínima. É a minha diversão, e se alguém acha que não é saudável, eu lamento.

Vou me divertir, jogar, conciliar minha vida e meus estudos com esse vício, e fazer com que um bando de desgraçados engulam que é possível jogar MMORPG durante muitas horas sem estragar a vida.

Sim, eu estou perdido, mas estou perdido com raça.

terça-feira, 23 de março de 2010

Afinal quem é esse tal de Chuta-Rabos?


Pois é vira-latas nojentos, tenho o prazer em escrever o primeiro post desse blog, e para inaugurar no “estilo” vou fazer um jabázinho do Kick-ass, que li há alguns dias.

A parada é levada pelos gênios da Marvel Mark Millar (Roteirista) e John Romita Jr. (Desenhista), sem palavras né?! Dois macacos velhos de primeira linha da Marvel. Enfim, sem muito puxa-saquismo dos caras, vamos ao que interessa, a história!

O HQ foi lançado em abril de 2008, dividido em 8 revistas muito bem desenhadas e diagramadas, com filme já produzido com prévia de lançamento em 16 de abril nas gringas. Eu não cheguei a ler nada pessoalmente (sim eu leio scans -_-“), mas a revista é fantástica, os desenhos e as poses dispensam comentários, e a história então, nem se fala.

Um dos pontos que mais me agradou em Kick-ass é que o HQ é muito próximo do “real”, eu penso, na minha humilde cabeça que titio Millar pensou “porra,como será que um pirralho nerd sem nada de especial se daria como um super-herói?” e aí começou a escrever o HQ e é nessa atmosfera que a história se desenvolve, e claro, com muita violência, palavrões e uma pitada de sexo. Já dá para imaginar que o HQ não foi feito para crianças né?! E quer saber? É por isso que é tão bom, sem aquelas frescurinhas todas de “medo de censura” com aquelas piadinhas manjadas, vilões que só se ferram e heróis gays que sempre se saem bem. (Me lembrou Colossus da série “X-Men Ultimate”).

Só para frisar, Kick-ass é uma HQ totalmente fora do comum com um conceito completamente diferente de “super-herois”, com um desfecho feliz, mas mesmo assim trágico e fora do comum...como?...Mágicas de Mark Millar.

Você pode encontrar os Scans em: Action e Comics

Obs.: Mark Millar já está para lançar outro HQ escrachado, “NEMESIS”, que na capa diz “Makes Kick-Ass Looks like a Shit” ou “Faz Kick-Ass parecer uma merda”. Mas mais pra frente trago algo mais concreto pra vocês.

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